Não é segredo que, desde o início da pandemia, diversos setores da economia vêm lutando para mitigar os efeitos da crise.

Para muitas startups, entretanto, o momento pode ser propício para escalar e ajudar outros negócios a superarem estes desafios.

Quem já estava pensando em explorar outros países pode estar se beneficiando, porque já estava se preparando para isso.

Em muitos casos, as startups já têm uma cultura de home office, muitas vezes uma reserva de caixa, infraestrutura, entre outras coisas.

À medida que o fundador começa a internalizar na empresa o processo de internacionalização, o time passa a sonhar. Quando uma empresa pensa em abrir escritório em outro país, os funcionários pensam em ir junto.

E isso melhora a produtividade da empresa como um todo.

Novos mercados

Em decorrência da pandemia, startups de determinados segmentos, como saúde, educação e automação, estão vendo suas demandas crescerem.

Com o isolamento social sendo uma condição global, há a oportunidade para que muitas delas possam expandir seus produtos e soluções para outros países.

Para que isso ocorra, apenas um bom produto não é suficiente. Os empreendedores precisam encontrar um local onde seja mais fácil a adaptação da empresa e achar pontos de convergência. O idioma é sempre um diferencial.

A empresa, quando pensa em internacionalizar, não tem que achar que é simplesmente uma versão para traduzir seu portal, mas encontrar o ‘local flavor’. Isto é, o tempero local de cada cidade.

Por mais que uma empresa brasileira queira internacionalizar para Portugal, por exemplo, ela tem que entender da cultura do local.

Hoje, especialmente em um cenário de crise, empreendedores encontram na internacionalização uma saída de necessidade, não apenas uma oportunidade de ampliar portfólio.

Para isso, é preciso entender profundamente questões locais como câmbio, risco com custos e processos para implementar a solução em um local novo.

Como fazer?

Esta é uma decisão que deve ser tomada com base em dados, e é necessário entender as questões jurídicas e os impostos locais.

Mesmo se você tiver clientes em 190 países, você precisa escolher cinco lugares para ir com base em sua estratégia.

Algumas ferramentas podem ajudar as startups nesse processo, como Stripe.com/atlas, que é usado para transações financeiras da empresa, e Legalzoom.com, que é usado para assistência jurídica online. 

Uma das minhas dicas para os empreendedores é usar aceleradores internacionais para auxiliar nesse processo.

Outra forma é buscar um plano de soft land, como o plano da APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

O Sebrae Nacional oferece cursos gratuitos de formação de empreendedores para se internacionalizarem. 

A própria TheVentureCity possui um programa remoto que pode ajudar as startups a se internacionalizarem. O programa está aberto durante todo o ano.

A pandemia é um momento e, neste caso específico, ela tem sido mais um impulsionador do que propriamente um problema.

Ela tem forçado com que decisões tenham que ser tomadas.

Investimento

Sob o prisma de quem investe em startups early-stage no Brasil, a situação causada pela pandemia mostra um momento para focar ainda mais no mercado brasileiro, que tem um potencial continental. 

A esta altura, após meses de pandemia, as startups precisam buscar novos mercados para ganhar escala, e a internacionalização traz muitos benefícios e abre novas oportunidades de investimento internacional.

Embora o foco das startups ainda não seja o mercado externo, pensar em escala global pode ser bastante proveitoso.

Obviamente, o Brasil tem um mercado enorme, mas a situação tributária está se tornando cada vez mais complexa. 

Se 100% da receita da startup vem do Brasil, os benefícios fiscais são ainda maiores. Portanto, quando uma empresa startup se internacionaliza, aumenta seu valor de mercado, além de exigir um melhor controle dos processos internos com padrões internacionais.

Se você se encontra neste processo, ou deseja iniciar uma empresa startup, deve prestar atenção aos pontos básicos.

Primeiro, você precisa entender se os produtos da empresa podem ser expandidos globalmente ou só podem ser usados ​​em mercados específicos.

– Qual é a dificuldade de adaptar os produtos a esses outros mercados?

– Quanta tecnologia a solução possui e qual o capital para operar internacionalmente?

– Qual é o gasto?

Este nível de simplicidade deve ser fornecido porque quanto menos personalizações no produto, mais fácil será o caminho.

Ecossistema

Desde o início da pandemia percebemos que muitos fundos de investimento optaram em empenhar esforços em seus próprios portfólios.

Porém, os fundos de investimento que deram mais atenção a startups early stage a enfrentar o vale da morte tiveram bons resultados por continuar irrigando o mercado com tickets menores. 

A TheVentureCity fez investimento em cinco startups só no Brasil em 2020; ao todo temos 75 empresas em nosso portfólio global e acreditamos que em 2021 podemos ir ainda mais longe.

O mercado de investimentos, especialmente para grandes cheques, não será o mesmo no mundo pós-coronavírus.

A partir de agora, startups terão que mostrar qualidade e austeridade nos custos desde o início do negócio, fechando portas para aventureiros.

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