Segundo a Fundação Kauffman, empresas privadas de tecnologia lideradas por mulheres são mais eficientes em termos de capital, obtendo um ROI 35% maior e, quando recebem apoio em empreendimentos, uma receita 12% maior do que as iniciadas por homens.
Desde criança eu aprendi que contra fatos não há argumentos. Se os dados provam que as empresas lideradas por mulheres são tão rentáveis, por que então 97,2% de financiamentos são destinados para startups fundadas por homens, em sua maioria, brancos? Muito disso se dá pelo pensamento arcaico de que mulheres não são boas em administração – exceto a doméstica.
Um estudo promovido pela consultoria estratégica BCG, em parceria com rede global de aceleradoras MassChallenge, apontou três motivos indicados por fundadoras, mentoras de negócio e investidores:
Mulheres são mais desafiadas
Mulheres são mais desafiadas ao buscarem investimento. Por exemplo, em um pitch, exige-se que ela mostre o domínio técnico básico do que está falando, já que presumem que ela não entenda do que está falando.
Projeções menos ousadas
Projeções menos ousadas foi outra questão levantada na pesquisa. Mulheres costumam ser mais conservadoras na hora de pedir investimento, consequentemente pedindo menos dinheiro do que homens.
Menos familiaridade com serviços e produtos
Por último, outro ponto levantado foi a pouca familiaridade dos investidores com os produtos e serviços oferecidos por mulheres para outras mulheres. De acordo com a Crunchbase, que rastreia o financiamento de VC, 92% dos parceiros das maiores empresas de VC nos EUA são homens.
Por que investir em startups lideradas por mulheres?
Mas, pensem comigo: a sociedade pede, cada vez mais, soluções diversas, tanto para consumidores quanto para empresas, então por que não começar a investir também em startups que tenham desde sua criação a diversidade como raiz?
Além disso, a pesquisa da BCG ainda aponta que empresas fundadas por mulheres, em última análise, geram receita mais alta – mais que o dobro por dólar investido – do que as fundadas por homens, tornando as empresas pertencentes a mulheres melhores investimentos para financiadores.
Percebendo essa perspectiva, algumas pessoas e fundos de investimento já começaram o trabalho:
- Serena Williams, profissional de tênis, anunciou o lançamento público da Serena Ventures em 2019. Em uma publicação no Instagram, ela falou sobre o fundo. “Serena Ventures investe em companhias que abraçam a diversidade de liderança, o empoderamento individual, criatividade e oportunidade”.
- Maria (Toler) Velissaris lançou recentemente um novo fundo para a SteelSky Ventures investir em empresas iniciantes focadas na saúde das mulheres.
- Cindy Gallop está lançando um fundo de US$ 200 milhões para startups de sextech.
- Samara Mejia Hernandez levantou uma quantia não revelada de financiamento para Chingona Ventures, que é uma gíria para “mulheres duronas”. Eles têm interesse em financiar empresas de tecnologia, futuro do trabalho, tecnologia de alimentos e bem-estar geral liderados por fundadores sub-representados que levantaram menos de US$ 1 milhão.
Por isso tudo, acredito que o mercado de investimento deve reinventar-se e começar a olhar para diversidade, principalmente para mulheres. Caso insistam no velho modo de fazer negócios, provavelmente perderão grandes negócios, e assim, grandes retornos financeiros, tornando o mercado estagnado.
Excelente artigo. Realmente é um desafio de criatividade ter que provar o tempo todo que o negócio liderado por mulher com produto pra mulher é bom. Principalmente, para uma banca de investidores, em sua maioria homens, incluo sempre no meu pitch “fazê-los” pensar como uma mulher, afinal todos têm uma mulher por perto, seja a esposa, irmã, mãe, amiga. Além disso, quando não compramos um produto, influenciamos uma compra.