Dois objetivos importantes na criação de uma startup são inovação e o crescimento. O primeiro é resolvido pela capacidade do empreendedor criar uma solução nova, ou diferente, para um problema que ele encontrou no mercado. Já o segundo, depende da parte financeira – e aí entra o investimento para startups, que é o tema deste texto.
O grande objetivo da maioria das empresas que nascem é se tornar um unicórnio, chegando a um valor superior a um bilhão de dólares. Para chegar lá, elas precisam de capital. Já falei antes sobre como conseguir um investimento, mas é importante lembrar: um investidor vai analisar se o dinheiro que ele aplicou vai trazer mais renda. Investir em uma startup é bem diferente de doar para uma caridade.
Empreendedores e investidores do ramo das startups sabem que, quando falamos de empresas novas, é necessário um equilíbrio entre risco e lucratividade. A porcentagem de cada vai variar de acordo com várias características, incluindo o tamanho e o tipo do negócio.
Antes de começar a buscar por alternativas de investimento, é importante saber de onde o financiamento normalmente vem e como ele pode ser empreendido.
Os principais tipos de investimento para startups
Existem diversas maneiras de financiar uma startup e, como tudo na vida, todas têm vantagens e desvantagens. As diferenças incluem o formato de aplicação, de onde vem o dinheiro e a quantidade de capital investido.
O Sebrae lista seis tipos principais de investimento para startups, enquanto o StartSe aponta sete formas. Vamos falar um pouco sobre cada uma delas, com informações específicas tanto para empreendedores quanto para investidores.
Investimento-anjo
O investidor-anjo é uma pessoa física que usa seu capital próprio para investir em uma nova empresa. Quem escolhe fazer esse tipo de financiamento normalmente tem experiência na área, assim conseguindo reconhecer o potencial de crescimento e retorno da startup.
● O que investidores precisam saber: uma das moedas de troca que investidores-anjo pedem é uma participação minoritária na companhia, como conselheiros ou mentores, por exemplo.
● O que empreendedores precisam saber: startups geralmente precisam de um grupo de pessoas fazendo investimentos-anjo para conseguir os valores necessários para a empresa continuar.
Um investimento-anjo pode gerar entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão de reais.
Capital semente
Também chamado de seed, esse tipo de investimento é focado em empresas muito novas, servindo como capital para aquelas em fase de emplementação e organização de operações.
Em alguns casos, ele pode ajudar startups que ainda nem saíram do papel, cobrindo custos iniciais.
● O que investidores precisam saber: o capital semente pode ser feito tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas e esse investimento normalmente dura até a startup se tornar sustentável (ou seja, até que ela consiga se manter sozinha).
● O que empreendedores precisam saber: esse capital geralmente vem de um fundo de investimento que capta dinheiro de diferentes investidores.
Um investimento seed pode chegar a 5 milhões de reais.
Venture Capital
Também conhecido como capital de risco, o Venture Capital é um investimento para startups num estágio oposto daquelas que serão ajudadas pelo capital semente. Ou seja, ele é focado naqueles negócios mais avançados, com um potencial de crescimento e rentabilidade comprovados.
O dinheiro vem de fundos de investimento, que recebem participação acionária em troca de capital, e tem como objetivo fazer com que startups atinjam seu potencial máximo.
● O que investidores precisam saber: o risco desse tipo de investimento é elevado, assim como o potencial de valorização, e o retorno esperado deve ser idêntico ao risco.
● O que empreendedores precisam saber: assim como no investimento-anjo, um dos objetivos desse investimento é a compra de ações. Ao injetar capital na empresa, o fundo vai se tornar sócio dela.
O valor de um investimento de um fundo de Venture Capital pode ser muito maior que de um capital semente, chegando a R$ 10 milhões.
Private Equity
Assim como o anterior, Private Equity é um investimento para startups vindo de fundos. No entanto, ele inclui valores ainda mais altos e é focado em empresas em um estágio superior de desenvolvimento.
● O que investidores precisam saber: um investimento por fundos Private Equity normalmente é reservado a empresas que já mostraram um potencial de desenvolvimento, conquistaram uma fatia do mercado e têm bom faturamento.
● O que empreendedores precisam saber: os fundos de onde vêm esse capital são os mesmos que apoiam a fusão e aquisição de grandes empresas, por isso, o alto valor de investimento.
Os valores desse tipo de investimento podem superar 10 milhões de reais.
Crowdfunding
Mesmo aqueles que não têm familiaridade com empreendedorismo já devem ter ouvido falar de sites como Kickstarter e Catarse. Esse formato de investimento pede o apoio de pessoas comuns com valores baixos em troca de prêmios ou benefícios pré-estabelecidos, como acesso gratuito ao produto quando for lançado.
● O que investidores precisam saber: os benefícios que cada um recebe de um projeto e crowdfunding são proporcionais aos valores doados, por isso, é importante analisar bem os prêmios estabelecidos pela empresa para que o investimento valha a pena.
● O que empreendedores precisam saber: ao cadastrar um projeto numa plataforma de crowdfunding, é preciso estabelecer um valor pretendido de arrecadação. Se as contribuições não alcançarem esse valor, ou uma proporção estabelecida pelo site, todo o investimento volta aos doadores.
O valor arrecadado é, em geral, mais baixo do que em outras formas de investimento. Um único investidor pode contribuir com apenas 5 ou 10 reais, dependendo do que o projeto pede. Porém, quando os valores são adicionados, o investimento de capital pode chegar a R$ 200 mil ou mais.
Outras formas de investimento
● Bootstrapping
Um empreendedor também pode conseguir capital mesmo ficando longe de investidores e fundos. É possível arrecadar dinheiro com atividades paralelas, pedindo a colaboração de amigos e familiares, através de empréstimos em bancos ou até vendendo seu patrimônio numa
medida alternativa chamada bootstrapping.
● Incubadoras
Incubadoras são empresas que tem como objetivo ajudar outras companhias a se desenvolverem. O foco é no início da vida da startup, ajudando o empreendedor a modelar o seu negócio, acessar recursos e apresentar suas ideias a possíveis investidores e ao público.
● Aceleradoras
Assim como as incubadoras, as aceleradoras ajudam as startups a sair do chão com apoio financeiro, consultoria e treinamento por um curto período de tempo. Essas empresas geralmente recebem ações em troca pela ajuda.
● Venture Building
Esse modelo é quase um 3 em 1, ajudando nas mesmas áreas que as incubadoras e aceleradoras com ajuda de fundos de Venture Capital. O investimento ajuda startups no todo do negócio, captando recursos humanos e financeiros, assim como construindo sua estrutura
física. O investimento alto leva a um custo alto: empresas de Venture Building podem controlar até 80% das ações de um negócio na sua fase inicial.
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