O ecossistema de inovação é composto por vários agentes: públicos, privados, instituições de ensino, governo, empreendedores e… Investidores!
As startups estão transformando o nosso tempo. E o grande objetivo da maioria destas empresas é se tornar um unicórnio, ou seja, chegar a um valor superior a US$1 bilhão. Na trajetória das startups que chegam lá, entretanto, é quase unânime a imagem do investidor.
Antes de tudo, é preciso deixar claro que o investimento não é a solução para o desconforto que é empreender. É comum empreendedores chegarem para os investidores em um momento de desespero, ou contando com aquele aporte para resolver um problemão da empresa. Sinto muito em te dizer, mas não são esses empreendedores que vão embora da reunião com um cheque. Quem vai embora com o porte é a pessoa que sabe como fazer mais dinheiro com o dinheiro do investidor. Sempre.
O investimento em startup é um equilíbrio entre risco e lucratividade. Não dá para ter baixo risco e alta lucratividade. Não é fácil ter lucro nos investimentos, principalmente neste mercado. Por exemplo: um fundo pequeno, de R$10 milhões, precisa aportar capital em
cerca de 33 startups para ter bons resultados em apenas um destes investimentos. Este único, entretanto, é responsável por fazer valer a pena todo o dinheiro injetado nas outras 32 empresas.
Visão de futuro
Uma das coisas mais importantes para o investidor na hora de conhecer a startup. Sinceramente, ele não está preocupado com o quanto a startup está faturando hoje! O foco dele é em como a startup está ganhando este dinheiro. O modelo de negócio da empresa é o “pote de ouro”, e é nele que você tem que trabalhar para ter um negócio sustentável e escalável.
O investimento começa de você
Não tem bom investidor no mundo que vai te dar dinheiro pra investir em uma startup se você mesmo não tiver apostado todas as suas fichas. Mais do que em boas ideias e modelos de negócio, o investidor aposta em bons empreendedores. É o cara que já deu tudo o que ele tinha para fazer o negócio sair do papel e agora já sabe o que está fazendo, mas utilizará o investimento de forma estratégica. Ou seja, se você não pretende fazer dinheiro a partir do seu próprio, não é o investidor que vai apostar o dele.
Cap table
Outra parte importante é o cap table: qual a porcentagem da minha empresa eu entregarei para o investidor por aquele valor de aporte? Via de regra, o valor captado pelo empreendedor é o necessário para operar pelas próximos 18 meses. Investidores não costumam pegar um valor maior que 20% das empresas no primeiro investimento, por questões estratégicas. O mais comum é que o equity fique entre 10% e 15%, dependendo do valor captado.
Há uma leva de novos investidores que já estão investindo por 5% a 7% de participação na startup. Por quê? Quanto maior a participação do investidor na empresa nos primeiros investimentos, maior a diluição de sua porcentagem nos próximos investimentos. Por isso, aqui minha dica é: preste atenção nos contratos, capriche na revisão!
Quem atrai o investidor?
Alguns dos maiores investidores do Brasil dizem que não colocam em seu portfólio empreendedores solo. Se você não conseguiu convencer outros bons profissionais de que sua ideia dará resultados, como você quer convencer seu cliente a pagar por isso?
Outra importante dica é conhecer bem a tese do investidor antes de bater na porta dele.
Bons investidores costumam deixar suas teses expostas inclusive no LinkedIn. Se você tem uma startup de saúde, por exemplo, não faz sentido pedir investimento para uma pessoa que só investe em agtechs. É perda de tempo para todo mundo, além de mostrar despreparo da sua parte. Isso não significa, entretanto, que você não possa ter um bom relacionamento com este investidor e tê-lo em sua rede de contatos.