Você já pensou em escalar, globalmente, a sua startup?
É comum a gente escutar que não se deve colocar o carro na frente dos bois. Ou seja, que devemos fazer as coisas na sua ordem natural. Só que no mercado da inovação, esse tipo de conselho pode ser um grande atraso!
Trabalhar com startups requer coragem e metas audaciosas para que você não seja engolido pelo mercado, e se torne mais uma empresa apagada diante de tantas marcas memoráveis.
Por isso, um dos principais aprendizados que eu posso te passar é entender que se você fizer o seu planejamento da forma certa, não há nenhum motivo para não colocar o carro na frente dos bois.
Mas para começar, você precisa ter pelo menos uma coisa em mente: entender que um produto ou serviço de alta qualidade é essencial, mas não significa que seja suficiente para você alcançar o sucesso.
Conquistar o mercado global requer que a missão da sua empresa esteja muito bem definida, junto às estratégias e ao entendimento de que esse passo adiante vai elevar os seus padrões – e também suas expectativas.
Você está preparado para essas mudanças? Então vem comigo que eu vou te ajudar a trilhar o seu caminho.
Dicas para escalar sua startup globalmente e conquistar o mundo
1 – Resolva um problema universal
Deixando de lado possíveis barreiras culturais e idiomáticas, as necessidades das pessoas em qualquer lugar do mundo são basicamente as mesmas.
Por exemplo, uma opção de fast food mais saudável ou uma camiseta que não precisa ser passada – de uma forma geral, as pessoas querem e precisam das mesmas coisas.
Sendo assim, as startups que conseguiram escalar globalmente são aquelas que ofereceram soluções criativas para problemas encontrados por pessoas pelo mundo todo.
Quer um exemplo? A Uber, que surgiu com a oferta de transporte de qualidade e acessível. Você consegue pensar em alguém em algum lugar do mundo que não precise de um serviço como este?
Eu sei, sempre há as exceções, mas estamos pensando de uma forma generalista. Inclusive, mais à frente eu volto a falar sobre a Uber.
2 – Lembre-se das suas origens
Uma das grandes vantagens em ser uma startup é a velocidade com que as coisas podem acontecer, para o bem ou para o mal – mas vamos focar no lado bom!
Trabalhar com startups é assumir riscos o tempo todo, e inclusive isso pode ser o que vai fazer o seu negócio se expandir: a tentativa.
E expandir internacionalmente não é fácil. Você deve ter bem claro na sua estratégia o que já funciona, no que você é realmente bom e de que forma seu negócio opera.
Afinal, o caminho natural é único: você pode até começar a expandir seu negócio de dentro da sua casa, mas pensando em questões de estratégia, atendimento, fidelização e competitividade, é bem provável que você queira ir, ou levar a estrutura do seu negócio de algum modo, até a região escolhida.
Cuidado para não fugir das suas origens: qual a sua missão? E o seu propósito?
Carregue-as com você para qualquer parte do mundo que você for!
3 – Não tenha medo de escalar no SEU tempo
Muitas vezes somos tomados pela ansiedade de querer expandir logo nosso negócio, com medo da concorrência, ou que copiem a nossa ideia.
E é praticamente impossível escapar dessas duas situações. Primeiramente, porque as ideias estão sendo lançadas o tempo todo, e ser totalmente inédito em 2021 é quase ilusório.
Além disso, a facilidade com que as informações chegam até a gente é um dos principais fatores que podem ajudar seu negócio a escalar globalmente.
Não há dúvidas sobre o poder da internet, portanto use-a como sua aliada para ajudar na divulgação do seu negócio. Não tem como fugir!
Seu concorrente pode até não existir até então, mas é bem provável que ele apareça quando sua ideia começar a ser veiculada.
Não veja a concorrência como algo negativo, mas sim como um fator que vai te motivar a ser o melhor no que você faz, para que a sua empresa seja a escolhida porque ela é a melhor – e não porque é a única que oferece determinado produto ou serviço.
4 – Utilize as ferramentas certas
Você pode escalar globalmente sua startup com sucesso se utilizar as ferramentas certas. Mas não pense que estou falando de programas, gadgets ou tecnologias. Eu estou falando do bem maior do seu negócio: as pessoas.
Invista em ferramentas que ajudem seu time a ser mais produtivo, e plante neles a sementinha da escala global.
Faça com que eles entendam os caminhos que estão sendo trilhados, de que forma eles podem colaborar para o sucesso da sua startup e, principalmente, que eles se sintam parte do seu projeto.
Pense também que você pode precisar de ajuda, mesmo sendo a pessoa que mais entende do seu negócio.
“O founder de uma empresa é um especialista no que faz, mas não necessariamente um especialista em negócios internacionais. Quando esses dois especialistas se unem, é quando eles podem se tornar globais”, afirma Zeeshanali Fazal, gerente de contas da Export Development Canada – uma corporação dedicada a ajudar empresas canadenses de todos os tamanhos a terem sucesso no cenário mundial.
Vejamos um exemplo. O Uber surgiu em 2009 e revolucionou a mobilidade no mundo inteiro. Sua estratégia de expansão foi baseada em uma abordagem “mova primeiro, pergunte depois”.
Eles conseguiram se instalar rápido o suficiente para ser o único player no mercado, porém encontraram inúmeras questões legais e barreiras culturais devido à falta de pesquisa – e acabaram sendo forçados a fechar ou vender várias divisões, incluindo suas operações na China.
O Uber também encontrou enorme resistência por parte dos reguladores governamentais. Como parte de sua estratégia para suavizar a oposição, a empresa contratou David Plouffe, um estrategista político e corporativo de alto nível que trabalhou na campanha presidencial do Obama em 2008.
Organize seus pensamentos para entender de que forma você pode ajudar seu time a se desenvolver: será que você precisa contratar um especialista, ou alguém mais capacitado, para esse estágio do crescimento?
Ou você pode criar esse especialista dentro da sua equipe? Um treinamento específico, junto ao empoderamento da sua equipe para que ela se sinta, e esteja, apta a ajudar no crescimento global do negócio, também pode funcionar.
As empresas que tomam a decisão de aprimorar seus funcionários estarão na vanguarda do crescimento contínuo do comércio internacional e isso gera resultados.
5 – Aprenda a vender o seu produto
Um dos fatores que colaboram para a escalabilidade global de um negócio é ganhar a confiança dos consumidores. Entrar em um novo país é mesmo desafiador, portanto você deve pensar em formas de se conectar a população daquele local.
Uma boa dica é estar atento ao que você faz com sua marca, e principalmente com seu branding. Lembre-se: esse é um jogo de conquista. Desperte emoção no seu público, entregue para ele uma experiência inigualável e inesquecível. Você pode se tornar uma referência!
Utilizando todo o seu poder de sedução com seus clientes, e conquistando a confiança deles, tenho certeza que esse caminho será mais fácil. Saiba vender o que você oferece da melhor forma possível.
E aqui, voltamos ao Uber: sua estratégia de marketing digital focou em aumentar a conscientização da marca. Com imagens de mídias sociais sendo compartilhadas com milhões de pessoas, com apenas o toque de uma tela, a marca se tornou instantaneamente familiar na mente das pessoas.
À medida que os números do Uber cresciam, eles utilizavam a tática de “recomendar um amigo”, o que fazia com que os próprios usuários divulgassem o serviço. Isso foi feito com o incentivo de vouchers como recompensa — se um usuário indicou um amigo que se inscreveu, ambos recebiam um desconto para usar numa viagem futura. E assim o Uber construiu uma excelente estratégia de fidelização do público.
Escalar globalmente requer coragem
Trabalhar com startup, ou ter um pensamento de startup, é pensar que é melhor se arrepender do que a gente faz, do que daquilo que a gente não faz – eu sempre falo isso!
Então se você tem esse desejo de escalar globalmente, mas te falta coragem, separei algumas lições que aprendemos com o Uber que podem ser o empurrão que falta para você colocar suas ideias em prática.
1 – Encontre seu espaço
Esse é o princípio básico da maioria das empresas de sucesso: encontrar um problema que ainda não tenha sido resolvido e resolvê-lo. Criar um produto ou serviço não vale nada se não houver espaço para ele no mercado.
2. Entenda a demanda do seu público
Não basta oferecer o serviço apenas; é necessário entender o que o público está precisando. No Uber, por exemplo, existem as diferenças de preço no aplicativo. “Quando existe excesso de demanda e falta de oferta, colocamos o preço dinâmico. Isso equilibra o mercado”, diz Guilherme Telles, diretor geral do Uber Brasil.
3. Não se acomode e diversifique seu negócio
Por mais que a empresa esteja indo bem, as mudanças são sempre necessárias.
Diversos concorrentes já apareceram por todo o mundo. Mas a diferença é que o Uber continua desenvolvendo seu aplicativo, e também sua oferta de produtos.
As necessidades dos usuários mudam e o serviço precisa mudar junto.
“Nós mudamos nosso aplicativo duas vezes. A versão original veio em 2009 e alteramos tudo em 2012 e depois em 2016”, afirma Telles. De acordo com ele, o crescimento foi acontecendo de forma orgânica do centro para as periferias das cidades e isso só aconteceu graças às mudanças.
Além disso, os serviços são constantemente renovados. Com a pandemia do coronavírus, a empresa precisou diversificar novamente seus negócios e trouxe novidades ao Uber Eats, como entregas de farmácias e petshops, além estimular o delivery de comida.
Por que eu trouxe o exemplo do Uber?
A tendência é que a transformação digital acabe com as vantagens competitivas de se estar fisicamente presente. Assim, o que vai se destacar são as vantagens, e as facilidades, que o digital proporciona.
Lembra quando a única opção era chamar um táxi no meio da rua, ou ter que ligar para uma central, para que um atendente conseguisse um carro pra você? Pois é, a digitalização nos trouxe a comodidade e a facilidade de contar com serviços como o Uber, por exemplo.
A vantagem competitiva das empresas será digital e “mobile”, e não mais exclusivamente a presença física associada a uma localização específica – pensa só no desenvolvimento voraz do e-commerce!
Isso significa que as empresas têm duas opções: não agir e provavelmente desaparecer do mercado de alguma forma, ou se adaptar a sedenta demanda por produtos e serviços digitais, utilizando-se de suas vantagens competitivas e, assim, conseguir internacionalizar o seu negócio com mais facilidade.
Qual vai ser a sua estratégia?
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